sábado, 30 de dezembro de 2017

Entre o Encanto e o Desencanto



Não interpreto mais o silencio
A fala já grudou em minha boca
E nossa costura ficou assim suspensa
Entre os desejos alterados por um sorriso mal dado

Mal interpretado

Se eu pudesse fugir dos clichês
Como uma presa foge de suas escolhas
Talvez pudesse ser sublime, mas não posso
Minha fala é reta e meus caminhos tortos

Ontem quando nos beijamos
Foi ontem ... eu sei
A possibilidade do encanto
Nos fez encontrar mais uma vez no desencanto

A expectativa faz dessas coisas
A borboleta não sabe onde vai pousar
Porque só voa pelas linhas do acaso
E nós olhamos assim desconfiado

Teimamos em querer nossos quereres
O ultimo o beijo é como a última fala
Ando na loucura
Porque meus pés caminham pela sanidade

É no desencontro que se vê na fresta do entendimento
Sua música para mim ainda é mistério
Não posso querer mais que isso
No abismo onde o vazio existe é onde quero pular

E pular não resolve nada como deveria ser

Poderia no ato final deste poema
Pedir perdão por esta carta não endereçada
Por estas inferências absurdamente reais
Mas a vida é nossa e de todo o mundo

E todo perdão é em vão

Se não tem o que perdoar  

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