quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Duas rosas no tempo



Nem Preto
nem Branco
Nem Rosa
nem Cinza

Ah! Meu deus
Se há um Deus ... meu deus!

Eles estão esquecendo
Esquecendo das rosas
Esquecendo das cinzas     

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Natal

 

Quando criança
Achava que era a época que meu pai
Ficava mais feliz
E sempre me dava os melhores brinquedos do ano

Achava que as arvores de natal
Eram pequenos universos inexploráveis
E dava uma vontade de mexer em tudo
E não podia ... então eu a comia com os olhos

Quando criança
Adorava ver o menino Jesus
Deitando no seu berço de palha
E ele não estava triste como nas igrejas

Achava que os animais do presépio
Eram os brinquedos dele já desembalados
E quando ele chorava
Eu pega um escondido para nina-lo

Quando criança
No natal ... ouvia muitas vozes que não conhecia
Então, me calava para ouvir a musica
A musica que bate em cada peito que fala

Ouvia as histórias dos outros
Tendo a certeza de que eram minhas
Histórias de um tempo que não vivi
Mas presenciei todas pelas bocas cantantes

Hoje não tenho mas este natal
As arvores desbotaram no cotidiano cinza
Os brinquedos vejo nos olhos de meus filhos
O menino Jesus ... um símbolo de uma história minto antiga

Meu pai
Continua feliz no natal ... que bom!

Quando vejo os olhos de uma criança
Percebo um pequeno reflexo da memória
Sonhando para alem do possível
Olhando na falta o que não podemos ver

Deste poema se resta o obvio
É que o Natal ...

O natal ... é de todas as crianças