Quando criança
Achava que era a
época que meu pai
Ficava mais feliz
E sempre me dava os
melhores brinquedos do ano
Achava que as
arvores de natal
Eram pequenos
universos inexploráveis
E dava uma vontade
de mexer em tudo
E não podia ...
então eu a comia com os olhos
Quando criança
Adorava ver o menino
Jesus
Deitando no seu
berço de palha
E ele não estava
triste como nas igrejas
Achava que os
animais do presépio
Eram os brinquedos
dele já desembalados
E quando ele chorava
Eu pega um escondido
para nina-lo
Quando criança
No natal ... ouvia
muitas vozes que não conhecia
Então, me calava
para ouvir a musica
A musica que bate em
cada peito que fala
Ouvia as histórias
dos outros
Tendo a certeza de que
eram minhas
Histórias de um
tempo que não vivi
Mas presenciei todas
pelas bocas cantantes
Hoje não tenho mas
este natal
As arvores
desbotaram no cotidiano cinza
Os brinquedos vejo nos
olhos de meus filhos
O menino Jesus ...
um símbolo de uma história minto antiga
Meu pai
Continua feliz no
natal ... que bom!
Quando vejo os olhos
de uma criança
Percebo um pequeno
reflexo da memória
Sonhando para alem
do possível
Olhando na falta o
que não podemos ver
Deste poema se resta
o obvio
É que o Natal ...
O natal ... é de
todas as crianças