segunda-feira, 20 de julho de 2015

Agonia no silêncio


Quero falar mas não posso
As palavras não traduzem
Este silêncio

Quero falar mas não posso
Misturo política partidária
Com o meu cotidiano roto
Devidamente martelado

Quero falar mas não posso
Estas infinitas tardes solitárias
Que aprumam estes versos em que caio
Destilam o silêncio desta agonia

Quero falar mas não posso
Vivemos tempos obscuros e voláteis
Falar por falar não resolve nada
Nem clarifica as pedras da estrada

Quero falar mas não posso
Os verbos engasgam em minha garganta
Substantivos não delimitam as substancias
E voaram todos os meus adjetivos

...

Assim
Neta tarde em que quis falar
Chorei silenciosamente

Ciente de minha profunda solidão