domingo, 3 de agosto de 2014

Em Juiz de Fora

Na preparação da arma
Uma emergência de 64
Um grupo de 1.200 homens
Caminham para proteger o estado

A democracia há de ruir
Mas nada é findo ainda
Para este soldado que caminha
viaja reto sobre o seu destino

o pelotão anda como se dominasse a morte
com uma sobriedade da vida
defende sua partia com amor de jovens
jovens soldados sem despedidas

a chuva limpa o coturno imundo
lava a alma sombria soldado
entre o hino e a marcha
a vida escorre pelas beiradas do prato

marcha soldado
na linha de frente do estado
doa sua vida
no limite entre o certo e o errado

O silencio é perturbador
Eis que um menino mirrado
Aparece dizendo:
“o pelotão inimigo foi avistado!”

“estamos perdidos
Estamos cercados”

“Quantos meu filho?
Muitos
12.000 homens
Blindados”

A colina ainda não chegou
Acampemos no vale
Disse o coronel de campanha:
“Amigos de armas

Nossa hora chegou!”
12 dias se passaram
Tensão armada
Emoções reprimidas no rifle engatilhado

Guerra civil!
Nenhum tiro foi dado

No décimo terceiro dia
Um soldado do estado
Canta na aurora
Na fila do rancho

“Gloria Gloria
aleluia
Gloria gloria
aleluia
cristo a frente do seus povos
multidão já conquistou”

1.200 homens
Em coro
Levantam as vozes
Como pássaros armados

A musica acabou
O silencio começava a perturbar de novo

Quando se houve
Na fronteira inimiga
Um eco de 12.000 vozes
Eco de uma fraternidade armada

No fundo
São brasileiros
Antes de ser soldados

Nenhum sangue foi derramado
Duas intermináveis horas se passaram
E abraços para todos os lados
Mas a ordem continua é claro

O presidente deposto
E agora começa 64
Sem guerra civil
Graças a um soldado

Que entre o hino e a marcha
Mudou o estado de guerra
Para golpe de estado