Mãos que falam
Gestos que abrem mundo
Caiu toda rotina desta manhã morna
Dois casais surdos gesticulam liberdades
E tudo acontece além
Num plano linguístico ignorado
Ah! Quanto entendimento
No balé dos olhos
Só
eles enxergam de fato
Todos somos zumbis nesta sala de espera
Meus olhos perdem a cor ante suas realidades
Uma necessidade de ver
De ter na vista sua sobrevivência
Um imperturbável silencio os aflige
A demora é uma eternidade
Saber é um olhar angular
Nos olhos do fato da irrealidade