segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os versos dos meus dias

De novo um poema
versos que aprecem
a cada linha
cada letra disposta

até quando versos?
o verso que me acabo ao meio
cortado sem jeito
sim sem jeito

reparo não carece
escrevo uma vez só
como versos que me cabe
no momento presente

ando como os versos andam
passo a passo
cabendo na linha de um compasso
marcando um coração de poeta

sou poeta assim sendo
crendo orando e vivendo
crio os versos que me engana
os versos da verdade

os versos da minha mentira
porem...
mais verdadeiro
que qualquer jornal

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quando tudo começou 5

A epopeia de janela
deste mundo em que me encaixo


E do nado fez-se a luz
como que do tempo
fez-se a musica

O tempo dançando com a musica
e o vento com a chuva
Arvores que bailam a valsa do vento

Quando o tempo ainda era jovem
o amor reinava entre os vivos
e Orfeu andava livre sem razão
sem bolso do tempo perdido no sono

os vivos descendentes de Arão e Cesta
envelheceram a face do tempo nos olhos dos vivos
e o tempo passou cada vez mais rápido
cada vez mais solitário

Orfeu escravo do tempo moderno
não envelhece tão facilmente
passa a mão em nossas cabeças
como quem diz um dia passa

Orfeu não senti dor
nem dó
nem pena de si mesmo

Orfeu é deus do sono
dos sonhos
dos olhos que se abrem do real
no avesso das retinas fatigadas

servo do tempo
tempo de maquinas e precisão
tempo lobo do homem
espelho concavo de si

o que fizemos com O tempo?
Os relógios que sol algum acompanha
que luz não penetra
nem sombra de Platão teremos

e Orfeu canta sozinho
nos bosques onde borboletas amarelas
voam o belo voo
das borboletas solitárias

velhos moinhos
livros e quixote na estante
bainhas de armas vazias
e nó na garganta

gerras de um mundo sem perdão
gerras de minha própria pátria
pátria amada
entre os mundos um só mundo

minha pátria terrena
pátria mundo
cidadão do mundo
e guardião das coisa terrenas

o que fizemos com O tempo?
o que fizemos com nós mesmos?
No mundo em que me acho
em encaixo com peça usada

olhos de um tempo sem perdão
tempo de meus olhos que endurecerem
e perdão não mais carecer
e fiquei cego perdido e solitário

agora sou escravo do tempo
meu nome é Orfeu
senhor do sono e do acaso
filho da borboleta com esperança

cria de um mundo só
das asas faço voar a cabeça
das patas encravo na terra
com a certeza de que vai melhorar

sim
acredite criança
vai melhorar

Quando tudo começou 4

E do nada fez a musica
como que das cores a visão

No principio era o nada
do caos fez-se a luz
da luz a visão

No principio era tudo
do caos fez-se escuro
do escuro o contraste

não há luz sem escuridão
não se supera os extremos

na luz vive o caos
no escuro vive caos

meias partes
do início de tudo

Um raio X da TV no Brasil

O carro do ano
com travas e direção
para guiar-nos contente e seguro
por entre o transito engarrafado

O irã eixo do mal
lá tinha petrodólares
queremos nosso dólares de volta
abaixe a cabeça pra bomba nucelar

Não gaste tanta luz
desligue o ar condicionado
os ventiladores se preciso
mas nunca a TV meu camarada

Somos felizes na terra de Alice
onde coelho não tem cartola
e magico vive no senado
sorria você esta sendo manipulado

A cerca não lhe agrada?
pintemos as coisas de verde e amarelo
botemos uma bola no centro
tá ai felicidade patriótica

Óticas pra gado
não esqueça de pagar a prazo
compre agora
que a hora do coelho passa e como passa

Aqui tem preço baixo?
Tem
aqui tem roubalheira?
Tem

mas não saia de sua cerca
rode a bola da felicidade
consuma seu ultimo centavo
que no futuro será milhonario

ola manipulados de plantão
conheçam meu ultimo CD
besterias musicadas 59
esqueça do mundo venha se divertir com a gente

CHEGA....AR
não aguento mais
desligue a TV
e olhe pela janela

O louco de um real engano


O louco escuta um zumbido
que emana de um real anterior a este
(UNIVVVERRSSO GENTILEZA)

Não tenho muito tempo
o estomago me corroí por dentro
paro nesta cidade
vejo luzes postes e escuridão

motos que batem carros
batem pessoas
na luz
de um olhar angulado

quinas de ruas em que tropeço
ando tenho que andar
parar assim só pra descansar
e não parar no médico de cabeça

NÃO … sou maluco
apenas ando pelas nuvens
colhendo borboletas

As vezes eu sei assusto
com meu passo descompassado
nas ruas desta cidade

seja como for
tenho me curado
vou andando assim sem deixar rastro

picotando meu caminho
usando o estômago para me salvar
e mãos que estendo ao céu para matar fome

agora me liberto
das garras de minha prisão
a noite sou livre dos olhos e da retidão

eu sou um gesto largo
tão largo como uma pluma
tão sóbrio que tenho sobrado

restos de um mesmo mundo
caídas em meus ombros
uma falácia de minhas mãos

ando em todas as direções
sou peixe mar espinho
cura de um sonho que vive

não sei falar aos outros
não sei mas me entendem
os dedos que apontam meu desassossego

faço o que posso
fujo sempre de mim mesmo
e do caçador dos que voam

vou contar então meu segredo
eu voo bem próximo ao chão
por isso não paro de andar
quero continuar voando

quando a noite cai
e os olhos retos
que não curvam jamais
voltam si na escuridão

voo acima das nuvens
lá onde os raios de sol morrem por ultimo
eis que colho minha borboletas

O dia vem
e tenho que voar
mas voo agora bem rente ao chão

não posso deixar me pegar
me prender nas correntes de remédios
e camas de uma macies profundas

não posso olhar pro céu
ando meio cabisbaixo
se não subo ao céu e to ferrado

agora que falei a verdade tenho que lhe avisar
não conta meu segredo de voar
não olhe pra cima até o por do sol

por que se você olhar
cuidado vai se perder
e nunca mais voltar